"Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito"

 

 Quando tu foste, eu pedi para ficares, não demasiado mas lutei até ficar rente ao chão, sem forças e sem brilho. Quando foste eu senti a tua mão uma última vez sobre o meu corpo, senti o teu beijo percorrer a minha face e o teu cheiro ficou entranhado nas sequelas deste amor, deste amar, deste sentimento e desta paixão. Nem sei como viver numa vida em que já nem existes, mas vivo e sou feliz. O mais estranho de tudo é que mesmo não estando cá, consegues pôr-me a sentir-te. E às vezes – quase sempre – o meu subconsciente ainda fala de ti como se fosses meu. Quero que vás embora de uma vez por todas, e quero deixar de chorar quando ouço a música que dantes era o nosso embalo, quero deixar de andar pela rua em que me levavas e me falavas que tinhas orgulho em mim. Mas pára subconsciente! És o culpado de tudo. Afinal é apenas uma parte de mim que ainda te anseia e te deseja como quando era tudo por inteiro, como quando me deixavas agarrar o teu braço nos dias de chuva no caminho para casa e me dizias – verdade, ou não – que nunca ias deixar de ser o meu oxigénio mais saudável. Eras tão capaz de ser tudo o que eu sempre quis. E estou certa que talvez o fosses, mas uma parte de ti não me deixava soletrar qualquer certeza que o meu coração gritasse. Uma parte de ti nunca me deixou descobrir quem eras realmente e se amarrotavas todos os pedacinhos que te dava. E lutava sempre por a tua outra metade, mas o meio nunca chegou para seres realmente meu. Quem me dera que tivesses também um subconsciente que gritasse o meu nome.

Gostava que tivesses ficado, não gostei que tivesses desprendido a tua mão da minha, o teu abraço do meu aconchego, o teu corpo da minha pele, a minha mente do teu Ser e a tua paixão das minhas entranhas. 

Mas tu foste, eu pedi para ficares, mas tu foste...