domingo, 9 de dezembro de 2012



"Amanhã é melhor. Aprendi isso ontem."
O tempo veio á minha procura, bateu á porta, tocou-me sobre o coração, tentou amenizar a minha dor e abraçou-me. Está aqui quietinho e quente ao meu lado, em silêncio, não me perturba mas ajuda-me... O tempo é um curandeiro infalivel na sua mais profunda missão. Partilho com ele que preciso que ele te traga, já não sais mesmo que ele te tente arrancar de mim de forma abrupta.
Com o tempo, aprendi que dói, que a dor não passa. Mas aprendi também que as datas vão perdendo o seu sentido. Aprendi que dói, que o sofrimento não passa, mas que é atenuado por coisas boas que se deslocam até mim, seja a chegar ou no caminho para casa, nas canções, nas famílias felizes que ao lado passam, os objectos, do tempo, dos perfumes que de algum modo me sabem a ti, do sol que adoravas,do mundo que vivias, de tudo. Aprendi que não se aprende a esquecer isto, não há borracha possível que o apague, e o nosso coração está armadilhado para sobreviver por entre a mágoa das lacunas que a tua partida deixou no meu coração. Aprendi isto: que vai doer sempre. Partiste. Partiste mesmo e não voltas, embora muitas vezes eu permaneça á espera, de forma inconsciente. Aprendi também que temos de acreditar que o nosso amor nunca vai morrer, que a tua silhueta linda viverá sempre ao lado da minha almofada. 
Acredito que festejas comigo sempre que alcanço alguma vitória nos momentos da minha vida e me amparas nos momentos em que choro, ou por saudades tuas ou por aquilo que o diabo do mundo nos consegue fazer. É muito tempo sem ti. 
O mundo deixou-te ir de mim. Arrastou-te para além daquilo que nos é permitido. Saqueou-te. Deu um tiro na tua presença e levou o teu corpo e o teu amor como testemunha. O mundo foi selvagem connosco e a vida ajudou. A mesma vida onde lutaste e arranhaste muitas vezes, vezes sem conta, as colinas da tua felicidade. O mundo fez de ti pó. Ausência, Corpo esquecido. Desapertou-te o movimento do teu corpo sobre o meu, eliminou as tuas células que me acarinhavam.
Podias voltar, baixinho sem ninguém ouvir. Eu espero-te mas, talvez já não tenha sabor. Afinal, as cores estão desbotadas... Talvez já não tenha sabor...

6 comentários:

  1. estás a escrever cada vez melhor, de texto para texto :)

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  2. aceito de muito bom grado a tua ajuda x)

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  3. Com o tempo aprendi que a dor passa, a dor passa no momento em que compreendemos, em que vemos que há uma infinidade de mundo lá fora, em que podemos ser felizes mas, que essa felicidade, parte de nós, parte da nossa forma de ver e lutar pelos nossos sonhos.
    Mais uma vez um bonito texto que revela a pessoa brilhante que és.

    Um beijinho :)*

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  4. as coisas começam a perder o seu seu sentido...

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  5. mais um dos teus textos fofinhos, maravilhosos e inspiradores!Adorei querida :')

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  6. Pois eu sempre adorei o Natal, todo o espírito natalíco, mas este ano pronto :z

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"Presenteia-me com Amor." <3