"A alegria evita mil males e prolonga a vida."

Um dia as tuas mãos foram o meu corpo. Agora olha para o vazio que as cria e pensa naquilo que um dia deixas-te voar. Olha agora e pensa, um dia os teus olhos foram o meu olhar. Agora... Vejo sozinha. Sinto-me bem. Um dia o teu amor foi nosso, agora, apesar de feliz, o nosso amor não apagado vive sozinho enquanto me devoras o corpo e a alma nos momentos em que te lembras do quanto fui tua e tu foste só meu. As voltas que a vida dá são tão equiparadas ás metamorfoses pelas quais as borboletas são alvo de passagem. Normalmente costumávamos ser elásticos, flexiveis e inquebraveis... Agora, parece que perdemos a forma. 

O tempo passa, os meus olhos brilham. E não graças a ti... Não sei onde andas e se continuas a sorrir desalmadamente lindo. 

Talvez um dia o vento leve também o teu cheiro e a saudade. Talvez o meu corpo se esqueça das tuas curvas e da tua silhueta e a minha cama deixe por aí perdida a textura da tua natural beleza. Há coisas que não se esquecem mas que o tempo vai amenizando e moldando a outras memórias e saudades. Talvez um dia não me lembre da saudade que ainda me puxa para junto do teu coração em alguns dias e por ternos minutos. Foste tanto de mim borboleta... Mas um dia acordarei a voar sem ti. Sem ti, ou com aquilo que deixaste, ou com aquilo que ainda sinto. Aqui que ninguém me ouve, onde só me conseguem ler sei que um dia acordarei sem ti. Voarei livre... 

 Nunca te esqueças: um dia as tuas mãos foram o meu corpo. Agora olha para elas... Estarão vazias de ti mas repletas de amor e felicidade pela vida.

Sê feliz que as minhas asas terão sempre a tua marca...