quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Eu sei que me vês e que permaneces sedento das minhas expressões. E apesar do meu perfume não se notar do outro lado do comboio, eu sei que me vês. É talvez incomparável esse teu sorriso de elevar os deuses ao purgatório. Leio-me, e consigo perceber tudo nestas cavidades que consegues agitar. És uma tempestade forte, eu sei. O comboio não é grande, mas a inocência com que me olhas faz-me crer que não tenha fim, afinal é esse fim que me alimenta toda esta agitação, todo este quebrar de ingenuidade, todo este “teu” que me arrasta, e me leva sempre ao mais profundo estado de loucura. Acredito que um dia sairemos juntos, deste comboio. (E tenho sempre essa sensação quando te vejo.) Afinal, reparas no mais interessante pormenor, e acabas por nunca cair no vulgar. Quem és tu afinal? Quando não te vejo, sinto saudades. Quando estou contigo, ejectam electrões a um nível tão infinito que sou incapaz de me deter, sou incapaz de atalhar. É verdade, e tão subtil que podia ser, mas não o é. Sou apenas eu, eu incomplexamente apaixonada, que nem eu percebo quem tu és.
 “E que a vida nunca nos separe.”

4 comentários:

  1. a paixão venda-nos os olhos

    ResponderEliminar
  2. Intensas palavras, um sentir para além da visão, um querer, um querer de não apenas um mas de dois, de dois que se procuram, que se encontram. Deverão viver o presente? Claro que sim, deverão viver se impedir, sem impedir cada partilha, cada decisão. Nada será erro desde que nos faça felizes, nada será erro desde que nos faça viver. Gostei imenso mesmo :)*

    ResponderEliminar

"Presenteia-me com Amor." <3