É isso que todos ansiamos, estar sempre um passo atrás daquela velhice e deturpação que os mais novos fazem das gerações que os ultrapassa. Mas, e depois? Porqe nao sorrir ? É uma obra de caridade esquisita que fazes por ti mesmo e pelos outros. Entretanto, os olhos voltam-se para ti mesmo, brilham alegres e seguros, aclamando e desejando, como uma gotazinha de orvalho que pretende fecundar esterilidades e adornar os jardins.
Sorrir devia tornar-se um dever de justiça porque aí, a alegria conhecesse mesmo na falha de um silencio. Quando se está bem, nao faltam os sorrisos e sobram as gargalhadas intempestivas da alma. Teria sido assim, se ainda fosse palpável e visível na tenacidade dos nossos corpos: um belo aproveitamento mutuo da influencia que o corpo e a alma se prestam. Ao invés de tudo isto, o teu cheiro perfurou-me a camada cutânea, entranhou-se desalmadamente no meu interior e aqui permanece, sem que o consiga expelir num jacto de eloquência. As tuas mãos seduzem o meu corpo e os teus olhos continuam a degustar os meus lábios, a minha sensatez, o meu tremer, o meu gemer... E depois nada começa porque ainda nada acabou... Tu não foste e eu não fiquei. A dor não é cruel mas mói como os passos nas pedras da calçada, como o silencio que não se sente no meio de um turbilhão de seres andantes. O meu olhar ainda revê o teu, todas as noites, sobre o mesmo lado da cama, os mesmos gestos, o mesmo beijo, o mesmo toque, o eterno abraço...
E aqui devia estar uma dedicatória. Talvez ainda esteja. Afinal, as ideias e acções produzem os seus próprios efeitos.
Olá, mudei de blog, caso queiras continuar a seguir-me, estou por aqui: http://flores-delotus.blogspot.pt/
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