quarta-feira, 12 de dezembro de 2012


"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida."
Não olho para o chão, muito menos cerro os olhos para não ver o que as notas musicais não conquistam, os que os passos não dançam e o que os sorrisos não brotam. Observo sempre mais fundo, toco a lua, admiro as estrelas e aqueço-me no aconchego do sol.
É assim, áss vezes o coração arde e as memórias que a vida nos trouxe infectam a nossa alma e não deixam os olhos respirar. As mãos tremem, o corpo cai, a pele sua. Até os melhores momentos são engolidos por a fúria que os maus dias arrancaram das tempestades. Os nossos ossos mutilam-se, o nosso sorriso deixa de ser nosso e mesmo o nosso olhar deixa de transpirar serenidade. Torna-se uma prisão: permanecemos intactos, embalando os cabelos à razão do vento. Não existe voz que grite mais alto nem choro que chore mais forte. A nossa vida passa a ser como uma bolinha de neve congelada pelo vento e derretida pelo sol que agora teima em não aparecer. Tudo foge, restam apenas as memórias que um dia nos sufocaram a alma e voltaram para nos atormentar o coração. O que eu estou aqui a tentar contar, é que por mais que sejamos fortes e robustos, existirá sempre algum momento em que os nossos travões se irão enganar e as nossas mudanças se irão trocar, não porque o mundo desabou, não porque não existe ninguém que nos abrace o peito nem alguém que nos acaricie a coração. Apenas porque foi assim que o ser humano foi criado, e não existe montanha nem exército capaz de mudar as veias que no coração nos param, que na alma nos pisam e que no corpo nos rasgam. Só o destino é capaz de destruir as veias más. 
Sentir estes dias é inevitável, não fomos treinados para mudar o que o destino nos reservou nem para refazer o que o passado nos conservou. E o coração arde, as memórias voltam e os olhos não respiram. Não sabemos o que é nem o que irá ser até ao momento em que os nossos olhos voltam a brilhar outra vez. É assim, temos fases. O ser humano é como a lua, feito de diversos lados de alma e eu não escapo a isso, nem ao destino, nem à mente que não quer destruir. É assim, todos temos, todos sofremos. Todos temos, todos vivemos. Todos temos, todos escondemos. E no fundo do baú e de todas as caixas de recordações, todos podemos ser felizes. E eu sou, eu sou Feliz...

3 comentários:

  1. Que esta intensidade das palavras nunca se perca, porque exprimes nelas o que vai no coração e isso é raro de se conseguir fazer. Ao ler-te por momentos entro no teu mundo, na tua forma de conceber a vida, de ver o amor que nos corre nas veis.
    Aqui é, sem dúvida, um lugar onde aprendo, onde aprendo a ser melhor.

    Grande Beijinho :)*

    ResponderEliminar
  2. oh minha querida, os teus textos revelam sempre verdades tão bonitas.
    Um grande beijinhos*

    ResponderEliminar

"Presenteia-me com Amor." <3